18h05.
Ao som de Love is The End.
Poucas coisas me caem
tão bem quanto roupas mescladas pra pijama. Folgadas, com barras arrastando,
enquanto engolia o caos da cidade com meu olho mágico. Minha história não
existia com uma personagem central. Detalhes minúsculos me arrastavam. Minha sensibilidade
extrema se tornou estupidez. Eu conhecia e mapeava pouquíssimos lugares fora de
são paulo. Estações gigantes, pessoas correndo em escadas rolantes automáticas
ainda me assustam. A gente vive encurralado
pela miséria de ser quem é.
Somos besteiras, insignificantes,
substituíveis no tempo-espaço. Trôpegos em nossos passados. Lesados pela
explosão de informações em nossos corpos, mentes, espíritos, espaços. Compartilhamos
tirinhas do Charlie Brown, músicas tristes com letras imensas. Assistimos filmes
pesados, realistas de diretores de todo gênero. Nos identificamos com os mais
profundos, os mais sensíveis. Os mais toscos. Falamos de sexo, protestamos
contra corrupção. prontos pro ataque, praquela conversa afiada com o cara mais
eloquente do bar. Relaxamos com uma piada sobre a gordinha feia da sala. Aprendemos
a vender coisas, coisas, coisas. Lixo. Pra gente lixo.
Vivemos irritados,
insatisfeitos. Somos otimistas, mas é claro. É necessário otimismo quando se
chama o viajante do ônibus 142 de herói. É necessário otimismo para se
construir novas relações. Jovens sem classe. Bêbados de escolhas estranhas. Responsáveis
por liberdades. Translados de nossos imaginários para nos tornarmos adultos paralelos.
Endomingados. Como
nossos pais.
incrível!!!
ResponderExcluir"Vivemos irritados, insatisfeitos. Somos otimistas, mas é claro."
ResponderExcluirFalou de mim.
:)