4.5.11

Clarice, uma vírgula, dois pontos:

Ao som do Silêncio.


Clamar. Clandestina. Claridade. Clarice.
Tinha alguma coisa naqueles olhos que pedia com clemência que por favor, não me dê respostas. Mas ninguém havia de fazer isto. Afinal ela era Clarice.
Descobri o sentido de sentir. E cheguei aos buracos da alma com palavras que lado a lado transformaram aquela palavra maior, que consta em dicionários e gramáticas, mas que é mais que um substantivo bonito: amor. Ela fez sarar as angústias das tardes inquietantes, quentes, tardes que floresciam junto com amores, saudades, choros.
Me fez abrir sorrisos, confundir o peito, enfrentar noites sem estrelas, chorar ininterruptamente e compreender não compreendendo. Fez-me descobrir no meu coração de menina-mulher uma Lory, Macabéa, Ana e Clarice. Porque a gente nunca deixa de ser menina e não chega a ser totalmente mulher. Porque recomeçamos a ser nós mesmas todos os dias, sempre. E isso sempre dói.
  Nara Gonçalves

6 comentários:

  1. Seu blog é encantador, maravilhoso, cativante ele é perfeito...Parabéns por chegar aqui.
    Deve adimirar a Clarice muito, você têm um bom gosto

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  2. O nome do seu blog me lembrou a Tiê e aí vendo as fotos aqui ao lado, me deparo com ela. Lindo demais aqui. Fã de Amélie, assim como eu. E escreves bem, estou seguindo.

    Beijos.

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  3. Seu blog, é realmente encantador.
    Apaixonante.
    Beijos :*

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  4. "O romance de Lispector começa com uma vírgula e termina com dois pontos, dando-nos a idéia de continuidade."

    Linda homenagem pra Clarice. Lóry, Macabéa, Joana... são minhas heroínas... deve ter um pouco delas dentro de todas nós.

    Beijo :*

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  5. lindo! De verdade, falar mais que isso é hipérbole.
    Parabéns.

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"a palavra escrita permanece."