26.5.11

Cafés amargos e um pouco de Dylan.





—Saramago pesava em minha mochila sem pudores do caos que suas palavras me jogaram. A mesa posta com café, as janelas abertas que deixavam as cortinas livres em sua liberdade, dançando ao som de um velho disco de Dylan. Dentro dela um coração, que mais parecia um animal, com cicatrizes que ainda doíam um pouco. Aquelas dores necessárias que rabiscavam uma moça refeita de querências de amores. A alma vazia que queria ir de encontro a não-sei-o-quê, procurando preencher com paz, aquela agonia de querer ser algo. Queria companhia, queria solidão, queria não ser assim. Nenhuma tranca a impedia, nada a emudecia, pendia sobre os braços dela apenas vontades. Molhou a xícara com o café amargo, sentou-se e escreveu. Em primeira e terceira pessoa, por não saber qual das duas melhor seria ela.

N. 

3 comentários:

  1. Nota: terça-feira o poeta-músico Bob Dylan fez 70(inspirados) anos.
    E obrigada aos queridos leitores que continuaram comigo neste blog (:

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  2. hey, o que houve com o astronauta? nao voltou? hahahaa...gostava tanto do cantinho...
    mas, voce recomecou bem, a começar pelo nome: " A casa pré-fabricada"...
    Continue escrevendo pra gente,
    e abre essa janela que a primavera quer entrar.
    beijos blogueira.

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  3. teu blogue é lindo, tanto esteticamente quando tuas palavras gravadas nele.
    estou te seguindo,
    gostei de muito que li aqui.
    tenha um bom dia.

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"a palavra escrita permanece."