28.9.14

Amar é como dar um passeio de bicicleta

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Amar é como dar um passeio de bicicleta. Numa sexta-feira chuvosa de lua cheia em um parque onde não se tem certeza do nome.
Aprendi numa crônica do Antonio Prata que no futuro nós dois podemos simplesmente acabar em uma lanchonete perto do meu trabalho mexendo canudos em copos de suco de laranja (seu preferido) ou quebrando palitos de dente, evitando os olhos e escondendo as mãos. Ele disse que amar é dar um salto. Pois eu pedalei.
Em direção a tantas coisas inomináveis no começo. Ao descobrir que não exista mocinho e bandido ou onomatopeia colorida para vibrar em cada sussurro doce ou piada infame. A gagueira que pequenas declarações românticas podem propor.
As pequenas sabotagens. O tamborilar dos dedos apressados na mesa, contando minutos ansiosos. Descobri que não é só a camiseta do Al Capone ou mesmo meu gosto por filmes de máfia, canções do Led Zeppelin e opiniões políticas voltadas para a esquerda (ah, a esquerda!) que nos une.

Descobrir que não existe um termômetro para a perfeição a não ser aquele calor imenso e aconchegante que sinto quando eu descubro em você uma história nova, uma careta esquisita ou um tique. Porque “isso” vira “nós”. Ainda bem. 

2 comentários:

"a palavra escrita permanece."