Deu no
jornal da tarde. O presidente do país Brazil promulgou a nova carta de princípios
e vaidades de sua nação. País recente, neo-democrático. Uma minoria opinativa e
cansada do julgamento ideológico. Alienação também é um direito severo e garantido por lei:
—Com 14 anos
eu já sabia o que era certo e errado, aprendi tudo no colégio americano. Se roubou,
tem que ser preso!!!
—Pra que
discutir? Não vai mudar nada mesmo.
—Pobre é
tudo alienado... Votam no PT, depois querem reclamar da merda que o país tá!
No país Brazil
não existe pobreza. Classe média dominante. “Podemos comprar cintos de couro
por um pouco mais de um salário mínimo”, afirmam as socialites a imprensa. Aliás,
está é a cotação da moeda vigente, um salário mínimo. Inflação? O que é? Uma doença
nova do fígado?
Os filhos? Ah,
esses jovens são o orgulho do país. Bilíngües, um inglês pra gringo ver. Às vezes
erram um “em baixo” quando na verdade, não tem nada no alto em lugar nenhum. A
confusão com o “aconteçeu” é uma das campeãs, mas poxa vida, a língua
portuguesa é tão difícil com todos os seus tempos verbais e exceções gramaticais
(sim, com x e cedilha). Todos belos e padronizados, ai de quem falta na
academia um dia sequer, serão consumidos pela consciência estética. Corpo sarado. Lêem pouco, são ativistas em prol da
natureza. Há quem diga não compram livros por amor às florestas brasileiras.
O ensino começa logo cedo: a política de ensino para crianças é perfeita e persuasiva. Não há erro nos melhores colégios, melhores lanches, melhores brinquedos. A redoma de vidro parece afugentar a violência, o medo, a insegurança e incerteza. Afugenta a vida adulta.
O ensino começa logo cedo: a política de ensino para crianças é perfeita e persuasiva. Não há erro nos melhores colégios, melhores lanches, melhores brinquedos. A redoma de vidro parece afugentar a violência, o medo, a insegurança e incerteza. Afugenta a vida adulta.
Comprar. Parágrafo presente no X artigo da Constituição. Muito. Cidadãos afinados com o governo democrático vigente. compravam tudo que seus olhos gulosos pudessem captar. Compravam a paz e o amor, mas abominavam os hippies cabeludos do país de origem.
Dilatada de certezas,
esta nação recém fundada flutua em círculos, dizem os críticos. Frágil em sua
exposição, cansada em seu discurso. Deprimente na sua fluência. O país é
trágico, niilista, consumidor e capitalista. Não permite fusões, nem saídas
temporárias para o país do qual foram translados. Quase um Estado-nação. Orgulham-se da gringolagem. Alimentada por
americanizações falidas, os brazileiros viviam em crise constante.
O país Brazil
é baseado em fatos reais.
Um texto que me retornou á tempos tão vazios de minha vida. Mas acima de tudo,válido pq afnal td é aprendizagem em nossa vida.
ResponderExcluirAdorei seu mundinho dadaísta.
Se tiver tempo passa lá no blog,tem entrevista frequinha
http://ymaia.blogspot.com.br/2013/09/entrevista-com-joicy-santos.html?showComment=1379978318285#c6480633405735222639