20.11.11

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Era uma vez um castelo de muros verdes e extensos jardins floridos em volta. Ficava localizado na província do Norte, de um lugar alto e gélido nas antigas terras por onde celtas festejaram seus rituais com bebidas e lendas.
Este lugar era povoado por reis e animais inexplicavelmente mágicos que habitavam os verdes campos logo abaixo dos rios por onde corriam as águas mais azuis, tão azuis quanto as frutas de uma das árvores do reino de Carissa.
Carissa era uma rainha bela e bondosa, com uma imensa capa feita de um tecido bege tão macio quanto a voz dos druidas pelas manhãs chuvosas. Gostava de música também, especialmente bandolins.
Foi que num dia de tédio, onde seus músicos já não a saciavam tanto com suas notas musicais coloridas, a rainha pegou sua bela capa e seu melhor cavalo com asas e foi passear pelos reinos vizinhos. Eis que entre todas as terras por onde sobrevoou, e entre os arbustos que avistou, assim como belas nuvens de formas agridoces, deparou-se com um pequeno castelo, de imensas portas azuis- celeste, da cor de sonhos. Não sabia quem habitava naquelas imensas paredes de pedras, mas podia sentir as canções que emanavam de lá.
Tímida como o sol em seu reino frio, Carissa decidiu não deixar rastros de sua ilustre visita ao dono daquele reino. Bateu as asas de Arthur, seu cavalo e partiu, deixando cair sem perceber sua capa bege, bordada com sua insígnia em formato de lírio.
Os dias passaram e o tédio desbotava o reino tão tranqüilo de Carissa. Foi que um tarde, quando tomava seu costumeiro chá de maçã com sua ilustre amiga e confidente Diana, um criado entrou afobado pela biblioteca:
—Vossa Majestade tem uma caixa metálica nos portões dourados da entrada. Destina-se a senhorita.
—Mas do que se trata, querido? És alguma brincadeira de mau gosto de algum celta mal-criado?- perguntou Carissa.
—Carissa, como pode ser tão pessimista! Deve ser um belo presente de algum cavaleiro encantado. - Diana disse, levantando-se.
—Traga-me esta caixa, por gentileza. – disse Carissa.
Apesar de muito bondosa e sensível, a rainha espantou-se demasiadamente ao receber um presente misterioso colocado à porta de seu reino. Assim como era infinita sua curiosidade, era também de igual tamanho o medo de que fosse uma peça sendo pregada.
 A caixa metálica foi trazida pelas pequeninas mãos do criado e posta entre os livros da imensa mesa ao centro, onde também se encontrava as delicadas xícaras de porcelana feitas pelos melhores artesãos do reino. Cada qual contava uma linda história de amor em suas gravuras.

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Uma historieta para uma amiga. 

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