11.1.11

Sobre acreditar




Ela esperava. E como esperava. Aguava as plantas, andava pela cidade, fazia doces, folheava livros. Marcava no calendário. Sonhava, fazia pedidos, chorava insistentemente. Sussurrava palavras doces, tinha insônias, Desenhava sua presença com cores de afeto, inventava acordes, apagava um passado solto, distante. E nada. Nenhum bilhete, presença, ou sonho novo. As horas aconteciam, e nenhuma pegada na areia, cheiro novo nas paredes, cores novas no jardim. Mas ela acreditava. Porque acreditar é próprio de quem espera. Mesmo que essa espera dure tempos inteiros.

“Tem umas gotas de chuva caindo lá fora, tem xícaras vazias sobre a mesa, tem silêncio no corredor, nas escadas, na rua. Tem pouco de você em mim.”

                                                            Nara Gonçalves

2 comentários:

  1. amiga, cada dia mais eu amo o seu blog! ele é a sua cara, acho que diz o que você pensa e eu adoro isso! parabeeens mesmo

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  2. amiga, parabéns pelo blog, de verdade eu sempre quis e achei que você deveria fazer um,apesar de não te contar, mas agora que você fez eu entro todo dia pra ver se você postou alguma coisa nova! ele é muito você! seus post são incriveis! paraabens

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"a palavra escrita permanece."