Ao som de Telegrama, Zeca Baleiro
Estas palavras são dedicadas para uma garotinha que nunca “desistiu de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos”*. E príncipes encantados.
“Acho que você não sabe, mas te escrevi um poema. Nem sei por que estava pensando nisso, mas escrevi sim. Guardei numa caixa, daquelas que a gente tem medo de se livrar, pois pode sentir saudade depois.
Engraçado, eu te escrevi tantos poemas, você leu quase todos, mas encontrei justo aquele,que era pra ti num papel amassado, que nem chegou a ser totalmente seu. Bateu uma saudade de ver aquelas palavras bonitas caçadas em dicionários e poemas do Drummond. De te sentir, lendo cada verso do meu lado, batendo no meu ombro quando gostava sinceramente e pedindo cópias para colar no seu caderno. Senti saudade do medo que eu tinha de descobrir que era para você e descobrir o quanto eu queria poder colocar teu nome no alto da folha, pra poder rir depois. Ah, mas passou. Passou junto com a infância, com as ondas que varreram o mar e as brisas leves que bateram na janela. E ficou guardado junto com as folhas soltas, os outros poemas, cartas amassadas, conchinhas do mar na minha caixinha de sentir saudades.”
Naa Gonçalves
*Conto Ao Simulacro da Imagerie, Caio F. Abreu
Sempre dá medo de nos livrarmos de algumas coisas,
ResponderExcluire sempre sentimos saudades depois, sempre.
Texto lindo demais!
Beijo =*